Corrupção Política

19 de dezembro, 2025 às 16:31
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Revisão histórica

Adicionado evento de 19/12/2025 sobre a apreensão de R$ 400 mil no flat de Sóstenes Cavalcante e sua justificativa, além de incluir novos atores e o termo "Smurfing".

Corrupção Política

Visão geral

Corrupção política refere-se ao uso indevido do poder público para ganho privado. No Brasil, manifesta-se de diversas formas, incluindo o desvio de verbas públicas, peculato e lavagem de dinheiro. Um exemplo recente envolve investigações sobre o uso indevido da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), conhecida como cota parlamentar, destinada a cobrir despesas relacionadas ao mandato de deputados e senadores. Investigações recentes apontam para o uso de métodos como "smurfing" (fracionamento de depósitos) e a criação de "despesas inexistentes" para desviar recursos públicos.

Contexto e histórico

A cota parlamentar (CEAP) foi criada em 2009 para unificar benefícios como verba indenizatória e cotas de passagens aéreas, visando custear despesas essenciais ao trabalho parlamentar. Embora haja mecanismos de transparência, como a disponibilização de notas fiscais digitalizadas desde 2014, investigações frequentemente revelam esquemas de desvio, como o uso de empresas de fachada para justificar gastos e ocultar a apropriação de recursos públicos. A legislação proíbe o uso da cota para benefícios pessoais, gastos eleitorais ou com empresas de familiares de parlamentares. Indícios recentes apontam para a participação de funcionários comissionados e o uso de empresas de fachada para simular a contratação de serviços e justificar despesas irregulares.

Linha do tempo

  • 2009: Criação da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP).
  • 2014: Notas fiscais digitalizadas dos gastos com a CEAP tornam-se disponíveis publicamente.
  • Dezembro de 2024: Operação Rent a Car é deflagrada, focando em assessores parlamentares e servindo como base para investigações futuras.
  • 19 de dezembro de 2025: Polícia Federal deflagra a Operação Galho Fraco, um desdobramento da Operação Rent a Car, investigando o desvio de cotas parlamentares e tendo como alvos os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ).
  • 19 de dezembro de 2025: Durante a Operação Galho Fraco, a Polícia Federal apreende cerca de R$ 400 mil em espécie no flat de Sóstenes Cavalcante em Brasília. O deputado afirma que o valor é lícito, proveniente da venda de um imóvel, e que não o depositou em banco por "lapso" devido à "correria de trabalho".

Principais atores

  • Polícia Federal (PF): Órgão responsável pela investigação de crimes federais, incluindo corrupção política.
  • Supremo Tribunal Federal (STF): Instância judicial superior que expede mandados em casos envolvendo autoridades com foro privilegiado.
  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ): Deputado federal, líder do PL na Câmara, investigado na Operação Galho Fraco por suposto desvio de verbas da cota parlamentar. Teve R$ 400 mil apreendidos em seu flat, alegando que o valor é lícito e de venda de imóvel.
  • Carlos Jordy (PL-RJ): Deputado federal, investigado na Operação Galho Fraco por suposto desvio de verbas da cota parlamentar.
  • Adailton Oliveira dos Santos: Assessor parlamentar, investigado na Operação Galho Fraco por suposta participação no esquema de desvio de cotas parlamentares.
  • Itamar de Souza Santana: Assessor parlamentar, investigado na Operação Galho Fraco por suposta participação no esquema de desvio de cotas parlamentares e por ser proprietário de fato de empresa usada no esquema.
  • Harue Locação de Veículos LTDA ME: Empresa citada nas investigações da Operação Galho Fraco, suspeita de ser usada para desviar verbas da cota parlamentar.
  • Amazon Serviços e Construções LTDA: Empresa citada nas investigações da Operação Galho Fraco, suspeita de ser usada para desviar verbas da cota parlamentar.

Termos importantes

  • Cota Parlamentar (CEAP): Valor mensal concedido a deputados e senadores para cobrir despesas ligadas ao exercício do mandato.
  • Peculato: Crime praticado por funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou o desvia em proveito próprio ou alheio.
  • Lavagem de Dinheiro: Processo pelo qual recursos obtidos ilegalmente são introduzidos na economia formal para disfarçar sua origem ilícita.
  • Organização Criminosa: Associação de quatro ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais.
  • Empresa de Fachada: Empresa criada com o propósito de simular atividades comerciais legítimas para encobrir operações ilegais, como desvio de recursos ou lavagem de dinheiro.
  • Smurfing (ou Estruturação): Técnica de lavagem de dinheiro que consiste em fracionar grandes quantias de dinheiro em várias pequenas operações (saques ou depósitos) para evitar os sistemas de controle das autoridades financeiras.

Fontes