Operação Polícia Federal

19 de dezembro, 2025 às 16:30
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Operação Galho Fraco

Visão geral

A Operação Galho Fraco é uma investigação da Polícia Federal (PF) brasileira que apura desvio de recursos públicos provenientes de cotas parlamentares. Deflagrada em dezembro de 2025, a operação visa combater crimes como peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com foco em supostas irregularidades no uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) por deputados federais. A investigação aponta para indícios de "despesas inexistentes" e uso de empresas de fachada para desviar verbas, com a utilização de métodos como o "smurfing" para despistar a fiscalização.

Contexto e histórico

A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), ou cota parlamentar, foi criada em 2009 para custear despesas ligadas ao mandato de deputados federais, como passagens, aluguel de escritórios e veículos. Seu valor varia por estado e pode ser acumulado dentro do mesmo ano. A prestação de contas é pública desde 2014, com notas fiscais disponíveis online. A Operação Galho Fraco é um desdobramento da Operação Rent a Car, de dezembro de 2024, que investigou assessores parlamentares, e utilizou informações colhidas, como mensagens de celular e quebras de sigilo, para avançar sobre os próprios parlamentares. A decisão judicial que autorizou a operação, do ministro Flávio Dino, aponta para um esquema envolvendo funcionários comissionados e empresas ligadas aos assessores dos parlamentares para desviar os recursos.

Linha do tempo

  • Dezembro de 2024: Deflagração da Operação Rent a Car, que mirou assessores parlamentares, coletando materiais que subsidiariam investigações futuras.
  • 19 de dezembro de 2025: Deflagração da Operação Galho Fraco pela Polícia Federal, com mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Flávio Dino do STF, em Brasília e no Rio de Janeiro. Na mesma data, a PF apreende cerca de R$ 400 mil em espécie no flat de Sóstenes Cavalcante em Brasília. O sigilo da decisão do ministro Flávio Dino é retirado, revelando detalhes sobre o esquema investigado, incluindo o uso de "smurfing" e a participação de assessores.

Principais atores

  • Polícia Federal (PF): Órgão responsável pela investigação e deflagração da operação.
  • Ministro Flávio Dino (STF): Responsável por expedir os mandados de busca e apreensão e pela decisão que autorizou a Operação Galho Fraco, cujo sigilo foi retirado.
  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ): Deputado federal, líder do PL na Câmara, alvo de mandados de busca e apreensão. Suspeito de desvio de verbas e lavagem de dinheiro, teve cerca de R$ 400 mil em espécie apreendidos em seu flat em Brasília. Ele alegou que o dinheiro é lícito, proveniente da venda de um imóvel em Minas Gerais, e que não o depositou por "lapso" devido à correria de trabalho. Cavalcante também afirmou ser vítima de perseguição judicial e negou as acusações.
  • Carlos Jordy (PL-RJ): Deputado federal, alvo de mandados de busca e apreensão. Suspeito de desvio de verbas e lavagem de dinheiro. Jordy publicou nota e vídeo nas redes sociais, alegando ser vítima de perseguição e defendendo a legalidade do uso da empresa citada desde o início de seu mandato.
  • Adailton Oliveira dos Santos: Assessor parlamentar, apontado pela decisão judicial como participante do esquema de desvio de cotas parlamentares, em conluio com Itamar de Souza Santana.
  • Itamar de Souza Santana: Assessor parlamentar, apontado pela decisão judicial como participante do esquema de desvio de cotas parlamentares, em conluio com Adailton Oliveira dos Santos. Suspeito de ser o proprietário de fato da empresa Harue Locação de Veículos LTDA ME, gerenciada por seus familiares para receber verbas da Câmara dos Deputados.
  • Empresas de fachada: Suspeitas de serem utilizadas para desviar verba pública, incluindo uma locadora de veículos. A Harue Locação de Veículos LTDA ME e a Amazon Serviços e Construções LTDA foram citadas na decisão judicial como empresas possivelmente envolvidas no esquema.

Termos importantes

  • Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP): Também conhecida como cota parlamentar, é um valor mensal pago a deputados federais para cobrir despesas relacionadas ao exercício do mandato, como passagens, hospedagens, aluguel de veículos e manutenção de escritórios.
  • Peculato: Crime praticado por funcionário público contra a administração em geral, que consiste em apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
  • Lavagem de dinheiro: Conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita.
  • Organização criminosa: Associação de quatro ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais.
  • Smurfing (ou Estruturação): Técnica de lavagem de dinheiro que consiste em fracionar grandes quantias de dinheiro em várias pequenas operações (saques ou depósitos) para evitar os sistemas de controle das autoridades financeiras e despistar a fiscalização da aplicação dos recursos.

Fontes