Sóstenes Cavalcante

19 de dezembro, 2025 às 16:29
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Revisão histórica

Adicionado evento de 19/12/2025 sobre a explicação de Sóstenes Cavalcante para o dinheiro apreendido, detalhes sobre o método "smurfing" e a inclusão de assessores e empresas no esquema investigado.

Sóstenes Cavalcante

Visão geral

Sóstenes Cavalcante é um político brasileiro, atualmente deputado federal pelo Partido Liberal (PL) e líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados. Em dezembro de 2025, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), denominada "Galho Fraco", que investiga o desvio de recursos públicos provenientes de cotas parlamentares. As investigações sugerem que ele e outro deputado estariam envolvidos no direcionamento de verbas para empresas de fachada, incluindo uma locadora de veículos. Após a deflagração da operação, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, defendeu a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos órgãos de controle, afirmando que a Casa não protegerá condutas irregulares e não tem "compromisso com quem não trabalha correto". Sóstenes Cavalcante, por sua vez, negou envolvimento com lavagem de dinheiro e declarou "não ter nada a temer". Ele afirmou que os cerca de R$ 400 mil em dinheiro vivo encontrados pela PF em seu flat em Brasília são provenientes da venda de um imóvel em Minas Gerais e que não depositou o valor em banco por um "lapso" devido à correria do trabalho.

Contexto e histórico

A investigação contra Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy é um desdobramento da operação "Rent a Car", deflagrada em dezembro de 2024, que inicialmente mirou assessores parlamentares. A Polícia Federal, após análise de materiais colhidos, depoimentos e quebras de sigilo, encontrou indícios de que agentes políticos, servidores comissionados e particulares teriam atuado de forma coordenada para desviar e ocultar verbas públicas. Os crimes apurados incluem peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A ação da PF, autorizada pelo STF, gerou reações no meio político, com o presidente da Câmara, Hugo Motta, sendo comunicado da operação pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e evitando pré-julgamentos, mas reiterando o respeito ao trabalho do Judiciário. As investigações apontam para o uso de cotas parlamentares para cobrir "despesas inexistentes" e "irregulares", com verbas sendo sacadas e depositadas de forma fracionada, em quantias não superiores a R$ 9.999,00 – método conhecido como "smurfing" – para despistar a fiscalização. Diálogos de WhatsApp entre os envolvidos mencionam "pagamento por fora".

Linha do tempo

  • Dezembro de 2024: Operação "Rent a Car" é deflagrada, mirando assessores parlamentares por suposto desvio de cotas parlamentares.
  • 19 de dezembro de 2025: Polícia Federal deflagra a Operação "Galho Fraco", um desdobramento da "Rent a Car", com mandados de busca e apreensão contra os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, expedidos pelo ministro Flávio Dino do STF. Neste mesmo dia, o presidente da Câmara, Hugo Motta, defende a atuação do STF e órgãos de controle, enquanto Sóstenes Cavalcante nega as acusações, alegando perseguição judicial e explicando a origem dos R$ 400 mil encontrados em seu flat.

Principais atores

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ): Deputado federal e líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, alvo da Operação "Galho Fraco", que negou as acusações de lavagem de dinheiro e explicou a origem dos R$ 400 mil encontrados em seu flat como sendo da venda de um imóvel.
  • Carlos Jordy (PL-RJ): Deputado federal, também alvo da Operação "Galho Fraco", que publicou nota e vídeo nas redes sociais alegando ser vítima de perseguição.
  • Polícia Federal (PF): Órgão responsável pela investigação e deflagração das operações "Rent a Car" e "Galho Fraco", que apreendeu cerca de R$ 400 mil em espécie no flat de Sóstenes Cavalcante.
  • Ministro Flávio Dino (STF): Responsável por expedir os mandados de busca e apreensão contra os deputados e cuja decisão aponta indícios de "despesas inexistentes" e conluio.
  • Hugo Motta (Republicanos-PB): Presidente da Câmara dos Deputados, que defendeu publicamente a atuação do STF e dos órgãos de controle em investigações contra parlamentares, afirmando que a Câmara não tem "compromisso com quem não trabalha correto".
  • Andrei Rodrigues: Diretor-geral da Polícia Federal, que comunicou Hugo Motta sobre a operação.
  • Adailton Oliveira dos Santos: Assessor parlamentar, apontado pela decisão de Flávio Dino como envolvido no esquema de desvio de cotas parlamentares.
  • Itamar de Souza Santana: Assessor parlamentar, apontado pela decisão de Flávio Dino como envolvido no esquema de desvio de cotas parlamentares, e suposto proprietário de fato da empresa Harue Locação de Veículos LTDA ME.

Termos importantes

  • Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) / Cota Parlamentar: Valor mensal recebido por deputados e senadores para cobrir despesas relacionadas ao mandato, como passagens, hospedagens, aluguel de veículos e consultorias. Não se destina a complementar salários.
  • Peculato: Crime praticado por funcionário público contra a administração, que consiste em apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio.
  • Lavagem de dinheiro: Processo pelo qual recursos de origem ilícita são incorporados ao sistema econômico-financeiro de forma a mascarar sua procedência.
  • Empresa de fachada: Empresa criada com o objetivo de simular atividades comerciais legítimas para encobrir operações ilícitas, como desvio de recursos ou lavagem de dinheiro. As empresas Harue Locação de Veículos LTDA ME e Amazon Serviços e Construções LTDA são citadas nas investigações.
  • Smurfing (ou Estruturação): Técnica de lavagem de dinheiro que consiste em fracionar grandes quantias de dinheiro em várias pequenas operações (saques ou depósitos) para evitar os sistemas de controle das autoridades financeiras, utilizada, segundo a PF, no esquema de desvio de cotas parlamentares.

Fontes